II REIS 4:1: “E uma mulher, das mulheres dos filhos dos profetas, clamou a Eliseu, dizendo: Meu marido, teu servo, morreu; e tu sabes que o teu servo temia ao SENHOR; e veio o credor, para levar os meus dois filhos para serem servos.”
Este verso já demonstra uma questão intrigante: uma pessoa temente ao Senhor, pode passar por dificuldades? Observe que esta mulher tinha convicção de que o marido temia ao Senhor. Às outras pessoas da igreja é fácil dizer-se se uma pessoa é ou não verdadeiramente cristã, mas no seio da família é que realmente a pessoa demonstra se ela é realmente cristã, ou se tudo não passa de fachada. Portanto, se a própria esposa afirmou “e tu sabes que o teu servo temia ao Senhor”, é porque realmente era aquele homem um autêntico cristão temente a Deus.
E quais eram os problemas dessa mulher? Dívidas a ponto de perder seus únicos filhos, provavelmente a questão de enfermidade do esposo, e finalmente ela se deparou com a morte do marido. Ela tinha seriíssimos problemas.
Qual é a vantagem que os cristãos possuem diante dos problemas? Existe algum contrato afirmando que, ao descermos às águas batismais, a partir deste momento todos os nossos problemas se acabaram? Se não há nenhuma vantagem em ser cristão nesse mundo tão cheio de problemas, então porque quero seguir a Cristo?
Existe sim uma vantagem que é oferecida aos cristãos: eles sabem onde buscar uma solução para os seus problemas. Mas não são todos os cristãos que tem acesso a essa vantagem.
Afinal de contas, hoje em dia é moda afirmar que “Cristo me resgatou, eu sou cristão”. Hoje em dia é chique afirmar que “eu freqüento uma igreja regularmente”. É “fashion” colocar no carro adesivos informando “eu sou feliz porque sigo determinada religião”. Mas o coração não está convertido, apenas convencido de que existe uma divindade superior que criou a vida, e é só. São cristãos de fachada, nada mais do que isso.
Os cristãos de fachada tentam encontrar soluções para os seus próprios problemas, soluções estas que podem ser desde participar de esquemas fraudulentos de se ganhar dinheiro fácil (“mensalão”, corrupção, caixa dois, fraudar o povo de uma cidade inteira), ou em solução mais radical tirar a própria vida. Isso são soluções tipicamente de pessoas que se sentem abandonadas, sozinhas com seus problemas, que não tem a quem buscar nos momentos de angústia.
Mas os cristãos tementes a Deus não procuram soluções por conta própria. Eles sabem a quem buscar, nos momentos de aflição. Para a viúva da nossa história, Eliseu naquele momento representava Deus. Em meio à sua angústia, ela sabia onde buscar uma solução. Ela tinha um marido temente a Deus, e muito provavelmente ela também era temente a Deus, e ela sabia onde buscar uma solução para os seus problemas.
E como Deus resolve os nossos problemas?
II REIS 4:2: “E Eliseu lhe disse: Que te hei de fazer? Dize-me que é o que tens em casa. E ela disse: Tua serva não tem nada em casa, senão uma botija de azeite.”
Quando você leva a Deus as suas necessidades, os seus problemas, o que Ele te pergunta? “O que você tem em sua casa?”
A grande maioria das pessoas vive uma vida de infelicidade total porque resumem a sua vida em apenas ficar sonhando com aquilo que não têm. E ficam lastimando pesarosamente quando não conseguem realizar o sonho de consumo, esquecendo-se completamente das coisas valiosas que já estão em suas mãos.
Exemplo: porque meu nariz é assim? Ele não poderia ser mais arrebitado? Ou por que sou muito baixa, ou sou gordo, ou porque meus seios são pequenos, ou porque meu cabelo é dessa cor? Se gastássemos mais tempo valorizando aquilo que já temos, veríamos que temos coisas muito mais valiosas do que imaginamos a princípio.
“Ah, se eu cantasse bonito, então eu faria grandes obras para Deus”.
“Ah, se eu tivesse o dom de pregar, aí sim trabalharia para Deus.”
“Ah, se eu tivesse um carro, aí sim eu evangelizaria uma grande multidão.”
“Ah, se meu marido (ou esposa) fosse como fulano (a), meu casamento seria diferente. Aquilo sim que é marido (ou esposa).”
A todas essas afirmações, Deus lhe fará a pergunta: “O que você tem em sua casa?”
“Ah, grande solução para o meu problema. Aquela coisa que eu tenho em casa nem pode ser chamado de marido; aquilo é um cavalo. Ou então o Senhor não conhece a minha esposa; ela não passa de uma grande jararaca!”
E Deus continua perguntando: “O que você tem em sua casa?”
Quando Deus designou Moisés para livrar o Seu povo da escravidão no Egito, quais foram os argumentos utilizados por Moisés? “Quem sou eu, para eles acreditarem? Meu nome não é conhecido, não darão crédito a mim! Eles não ouvirão a minha voz! Não sou eloqüente, não sou um bom orador!” Os argumentos de Moisés todo se baseavam em algo que ele achava que não tinha. E o que Deus perguntou a Moisés?
ÊXODO 4:2: “E o SENHOR disse-lhe: Que é isso na tua mão? E ele disse: Uma vara.”
“Veja Senhor, eu tenho apenas uma vara, e mais nada. O que é isso perante o poderoso faraó do Egito? Se eu ainda tivesse um poderoso exército, mas uma vara! De nada me serve?”
O que fez com que matasse a sede do povo de Israel no deserto? A vara, que feriu a rocha. O Mar Vermelho se abriu a partir de que instante? A partir do momento que a vara foi estendida. Deus pergunta novamente: “O que você tem em sua casa?”
Lembre-se que Deus começa a resolver seus problemas a partir daquilo que você tem!
II REIS 4:3: “Então disse ele: Vai, pede emprestadas, de todos os teus vizinhos, vasilhas vazias, não poucas.”
A viúva procurou a Eliseu expondo os seus problemas, e o que Eliseu orientou como solução para os problemas dela? Que fosse buscar vasilhas vazias. Mas de que adianta vasilhas vazias. Se ainda fossem cheias, mas vazias!!!
Imaginemos o seguinte: que você iria à casa dos seus vizinhos, pedindo algumas vasilhas cheias de açúcar, arroz, feijão, leite, etc. Isso seria normal, certo? Mas o que Deus pediu? Vasilhas VAZIAS.
E o que mais Deus pediu? Poucas vasilhas? Não, MUITAS vasilhas vazias. Agora imaginem a seguinte cena: o filho de uma viúva recente bate à sua casa, pedindo: “Pode nos emprestar alguma vasilha? Na verdade, eu também preciso daquele panelão que a sua esposa usa para fazer doce, e também do tambor que o senhor tem lá no fundo de sua casa.” E assim vai o filho, percorrendo de vizinho em vizinho, pedindo as mesmas coisas. Você poderá pensar: além de perder o marido, agora também perdeu o juízo!
“Imagina só, com essa crise de emprego, eu o apresentei a uma ótima empresa, com um ótimo salário, e só por causa do domingo pela manhã, você não aceitou! Perdeu o juízo?”
“Será que Deus não sabe quanto é que eu ganho? E Ele ainda me pede 10%! (..) Eu é que preciso de ajuda!!!! Será que perdeu o juízo?”
“Primeiro vou pagar todas as minhas dívidas, e depois vou dar a parte que cabe a Deus. Eu seria louco se não pagasse as minhas contas primeiro? E se porventura faltasse?”
“Não viu que aquela menina está “dando mole”? “Fique” com ela, e aproveite da situação. Afinal de contas, o ficar agora é normal. Você é burro se não aproveitar essa chance!”
Isso são frases ditas com muita freqüência aos cristãos. E aqui novamente há uma distinção clara entre o cristão de fachada e o cristão temente a Deus: o cristão de fachada encontra uma solução para os seus próprios problemas, aceitando as sugestões de soluções propostas pelos amigos, enquanto que os cristãos realmente tementes a Deus segue confiando nas respostas de Deus.
Mas nem sempre conseguimos entender as respostas de Deus, mas mesmo assim se avançarmos pela fé, Ele operará um grande milagre, se for necessário, para resolver nosso problema.
II REIS 5:10: “Então Eliseu lhe mandou um mensageiro, dizendo: Vai, e lava-te sete vezes no Jordão, e a tua carne será curada e ficarás purificado.”
Naamã, o capitão do terrível exército da Síria, tinha um problema. E qual foi a solução que Deus apresentou para o seu problema? Era banhar-se no barrento Rio Jordão. E ainda por cima 7 vezes. Não poderia ser apenas uma única vez? Mas a cura veio apenas no sétimo banho.
JOÃO 21:6: “E ele lhes disse: Lançai a rede para o lado direito do barco, e achareis. Lançaram-na, pois, e já não a podiam tirar, pela multidão dos peixes.”
Contra todo bom senso, os discípulos voltaram a jogar a rede, e qual foi o resultado? Um pequeno milagre?
Agora, imaginem só se a viúva tivesse reunido seus dois filhos ao seu redor, com a seguinte instrução: “Filhos, vamos ficar atentos, quando o azeite transbordar da vasilha, então corram até os vizinhos para buscar mais uma vasilha vazia.” Se ela tivesse feito isso, ela teria recebido a bênção? Teria resolvido seu problema? Mas ela preferiu seguir as ordens de Deus, apesar de o mundo achar que “perdeu o juízo”.
II REIS 4:5-6: “Partiu, pois, dele, e fechou a porta sobre si e sobre seus filhos; e eles lhe traziam as vasilhas, e ela as enchia. E sucedeu que, cheias que foram as vasilhas, disse a seu filho: Traze-me ainda uma vasilha. Porém ele lhe disse: Não há mais vasilha alguma. Então o azeite parou.”
O azeite parou quando não havia mais vasilhas vazias.
A Bíblia não afirma que em determinado momento o azeite parou de repente, e ela disse aos seus filhos: “Filhos, podem devolver as outras vasilhas que estão vazias, pois Deus já acha que temos o suficiente.” Qual foi a medida da bênção de Deus? Ou melhor, QUEM foi a medida da bênção de Deus?
(...)
A medida da necessidade. A medida do amor de Deus.
Alguns gostam de questionar a Deus, dizendo: “Por que eu tenho que vir a pé à igreja? Por que Deus não me abençoa com um carro? Por que eu não tenho uma casa própria? Outros na igreja têm mais do que eu! Por que eu não tenho uma saúde melhor? Vivo sentindo dores! Sou tão fiel a Deus, e ainda assim Deus não ouve as minhas orações!"
(...)
Lembre-se de I CORÍNTIOS 10:13: “Não veio sobre vós tentação, senão humana; mas fiel é Deus, que não vos deixará tentar acima do que podeis, antes com a tentação dará também o escape, para que a possais suportar.”
Pois bem, em algumas ocasiões você pediu algumas bênçãos a Deus que, se tivessem lhe sido concedidas, as tentações a que você estaria exposto estariam acima das suas forças, e você não resistiria.
Se você tivesse acesso à cachoeira de bênçãos de Deus, podemos afirmar com certeza de que você traria apenas da cachoeira de bênçãos de Deus o que coubesse em seu balde, certo?
MATEUS 25:23: “Disse-lhe o seu SENHOR: Bem está, bom e fiel servo. Sobre o pouco foste fiel, sobre muito te colocarei; entra no gozo do teu senhor.”
O meu pedido deve ser para que eu seja fiel segundo o que eu tenho em casa, e não sobre o que eu ainda não tenho.
Alguns pensamentos:
“Somente passarei a ser fiel quando Deus me abençoar mais.”
(...)
“Quando Deus me der uma outra esposa, aí sim é que passarei a ser fiel.”
Nossa fidelidade não deve ser condicionada ao que Deus ainda irá conceder, mas devemos ser fiéis como forma de gratidão por tudo o que Deus já fez por nós, por tudo o que já temos.
II REIS 4:7: “Então veio ela, e o fez saber ao homem de Deus; e disse ele: Vai, vende o azeite, e paga a tua dívida; e tu e teus filhos vivei do resto.”
(...)
Quando somos fiéis a Deus, Ele tem para nos dar muito mais do que pedimos. Primeiro nos deu a salvação, pagando a dívida eterna, que nos levaria ao inferno. E depois nos sustenta com toda sorte de bênçãos, de forma a vivermos do que Ele nos dá!
Adaptado por Osdilson a partir de texto publicado em http://br.geocities.com/calypso_informatica/sermao14.html
Nenhum comentário:
Postar um comentário